Indústrias de suínos do interior de MS dobram números de abates por dia
Em 2024, mais de 3,39 milhões de porcos foram abatidos no estado, que conta com quase 120 mil matrizes em produção, 300 granjas e 129 empresas espalhadas pelo território pantaneiro.
Durante o 7º Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura do Mato Grosso do Sul, foram divulgados dados da evolução da produção de suínos no estado, com destaque para as indústrias de São Gabriel do Oeste e de Dourados que dobraram o números de abates por dia.
Segundo Rogério Beretta, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), ambas auxiliam o estado a chegar perto do dado expressivo de um milhão de suínos gordos abatidos por ano.
“A indústria de São Gabriel do Oeste, por exemplo, que abatia 2.500 suínos por dia, vai passar a abater 5 mil. Já a Seara, aqui de Dourados, que já abatia 5 mil suínos por dia, está inaugurando o abate de 10 mil por dia”, afirmou.
Essa de São Gabriel do Oest é a Aurora, que em 2022 anunciou um investimento de R$ 300 milhões para ampliar a indústria no município. O processo começou no início de 2023 e terminou no ano passado, o que ajudou a dobrar os abates por dia. Todas as obras da unidade tem previsão de término para dezembro de 2025, segundo a cooperativa.
Atualmente, a chamada Frigorífico Aurora Coop São Gabriel do Oeste (FASGO) tem área construída de 38.614,10 m², os quais serão ampliados em mais 9.543,24 m² quando as obras forem concluídas.
Já a Seara de Dourados, também foi citada pelo secretário executivo que conseguiu dobrar o número de abates, feito que já era objetivo da JBS, empresa que controla a cooperativa, desde 2022. Há três anos, ainda durante o governo de Reinaldo Azambuja, foi anunciado um investimento na unidade de R$ 1,2 bilhão, visando justamente dobrar os abates de suínos por dia.
Durante o evento, foram divulgados outros dados da suinocultura em Mato Grosso do Sul, como 3,39 milhões de suínos abatidos em 2024. Porém, esse número não é compatível com o apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que diz que esse dado não passa de 2,8 milhões.
Ainda, o estado conta com 119.582 matrizes em produção e 129 empresas, que juntas geram cerca de 32 mil empregos diretos e já produziram 315 mil toneladas de carne suína neste ano, com projeção de crescimento de 10% para 2025.
Além disso, há quase 300 granjas de suínos em Mato Grosso do Sul, que são instalações utilizadas para a criação de porcos, com o objetivo de produzir carne suína, reproduzir animais e/ou desenvolver genética suína. Todos esses dados juntos cooperam para que a suinocultura seja uma das práticas econômicas mais rentáveis e dinâmicas do estado.
“Como toda cadeia produtiva, a suinocultura traz um grande desenvolvimento econômico regional e estadual. A gente tem que partir do princípio que as atividades do campo precisam se diversificar, e essa é uma atividade que se enquadra bem em pequenas propriedades”, destacou o Baretta.
Balanço nacional
O abate de suínos também foi recorde em âmbito nacional, com 57,86 milhões de cabeças. Em comparação com 2023, a expansão de 1,2% representa 684,24 mil cabeças a mais em 2024 do que em 2023.
Assim como no abate de frangos, a Região Sul lidera a de suínos. Santa Catarina figura na liderança, com 29,1% do abate nacional, seguido por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%).
A pesquisadora Angela Lordão detalha que 2024 foi duplamente favorável aos produtores de suínos.
“Foi um bom ano para a suinocultura, com melhor margem para o produtor. O preço da carne subiu, e os custos com alimentação foram menores”.
China e Filipinas são os principais compradores de carne suína do Brasil, ambos com mais de 18% do total exportado.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, tanto a exportação de cortes de suínos como a de frangos foram recordes em 2024.